top of page

Día de los Muertos: conheça mais dessa tradição mexicana com "Viva: a vida é uma festa"

Filme da Disney/Pixar aborda a memória e a simbologia da data




Em Viva: a vida é uma festa, o menino Miguel, de 12 anos, ama música, mas precisa enfrentar a repulsa de sua família por música que perpetua por gerações. Até que, durante a celebração do Dia dos Mortos, desesperado por realizar seu grande sonho de cantar para todos, ele acaba na Terra dos Mortos. Para voltar para casa, ele parte em busca de seu ídolo Ernesto de la Cruz, quem acredita seu bisavô.


No meio do caminho, ele conhece Héctor, que deseja fazer a travessia naquela noite para poder reencontrar sua filha uma última vez, então, partem juntos em uma jornada para fazer com que Miguel volte para casa antes do amanhecer e também coloque a foto de seu novo amigo na oferenda, mas acabam por desvendar a verdadeira história por trás de sua família.


(Alerta: alguns spoilers do filme irão aparecer eventualmente nesse texto!)





A origem da festa


O período de comemoração do Dia dos Mortos, no México, começa no dia 31 de outubro, Halloween nos Estados Unidos, e tem seu principal momento no dia 2 de novembro, no Brasil essa data se comemora o Dia de Finados, algo quase parecido. Mas, para os mexicanos essa é uma celebração alegre e colorida, um dia dedicado para as pessoas lembrarem de seus entes queridos que partiram com amor e alegria, homenageá-los com as coisas de que gostavam, pois acreditam que somente nesses dias, as almas podem voltar para estarem perto de quem amavam.


A história dessa celebração é de origem indígena e de povos pré-hispânicos, como os Astecas e os Maias, registros dessas comunidades mostram tinham o costume de guardar os crânios dos seus mortos, como troféus, e os exibiam durante rituais que celebravam a morte e o renascimento, daí vem as famosas caveirinhas tão marcantes nessa data. A festa é tão antiga e marcante, que no ano de 2003, o Dia dos Mortos foi declarado como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela Unesco.


Simbologia da caveira


A comemoração do Dia dos Mortos está relacionada com o culto a Dama da Morte, a deusa Mictecacíhuatl para os indígenas, segundo a sua lenda, ao entrar no reino de Mictlan, as pessoas teriam sua carne lavada dos por uma ventania de facas e a deusa teria o papel de zelar pelos ossos dos mortos.

Essa foi a inspiração para o cartunista mexicano José Guadalupe Posada criar a sua célebre personagem la Catrina, uma mulher bonita e dama da alta sociedade, mas com o corpo de esqueleto. Ela inspirou toda a série de caveiras mexicanas conhecidas e representa a ideia de que todos são iguais depois da morte.


Por esse motivo, em Viva, todos os personagens que estão na Terra dos Mortos, são representados por suas versões em esqueleto, parecidos com os tradicionais desenhos mexicanos de caveiras. E curiosamente, no início do filme, em seu primeiro contato com os mortos, Miguel é ajudado pela caveira Catrina.





A celebração é realizada tanto nas casas das famílias quanto nos cemitérios, que são enfeitados, com velas e flores, comida e água, e ficam repletos de visitantes. Por isso, quando Miguel vai procurar o túmulo de Ernesto, pode-se perceber o cemitério lotado e alegre. Além do cuidado das pessoas em maquiagem, roupas, comida e decoração, essa é uma festa muito importante para a cultura mexicana e eles se dedicam bastante a data.


Decoração


O principal elemento que precisa estar presente no Dia dos Mortos é o altar, onde os familiares colocam as fotos das pessoas amadas e fazem suas oferendas a elas. Quando a abuelita de Miguel explica para ele a importância daquele dia, a cena mostra que eles estão em frente ao altar da família, assim como quando o menino vai explicar a sua irmã sobre a família deles.


Um altar, geralmente, tem 7 níveis em cada um fica algo específico: O 1º nível é onde ficam as flores, sementes ou frutas, o 2º nível fica a fotografia da pessoa a quem o altar é dedicado, no 3º nível os pratos preferidos da pessoa em vida, no 4º nível colocam um alimento tradicional chamado o pão dos mortos para ser oferecido como consagração; no 5º nível colocam o sal para simbolizar a purificação; o 6º nível é dedicado às almas do purgatório, por fim, o 7º nível é dedicado a imagem do santo de devoção da família.


Também, pode-se considerar que todos os 4 elementos da natureza estão representados no altar: a Água colocada em garradas, as comidas representam a Terra, as bandeirinhas colocadas acima, se movem com o vento e representam tanto o Ar quanto a passagem dos espíritos e o Fogo é representado através das velas acesas.


Além disso, as principais flores para essa celebração são as calêndulas, pois a tradição diz que elas mostram o caminho dos espíritos até as suas oferendas. No filme, isso fica claro quando a ponte que liga a Terra dos mortos e dos vivos é toda feita por pétalas de calêndula, assim como é a pétala dessa flor que precisa ser abençoada para que Miguel possa retornar para casa.


Abuelita também conta para Miguel sobre a coisa mais importante no altar ser a foto da pessoa, pois a foto é a lembrança eterna daqueles que se foram e sem ela o ancestral não conseguiria cruzar da Terra dos Mortos para dos vivos, caso isso aconteça, eles cairiam no esquecimento, e essa é a pior coisa que pode acontecer com alguém, tanto que Héctor pede passa o filme todo tentando convencer o menino a colocar sua foto.





Portanto, a coisa mais importante para essa celebração é a lembrança das pessoas amadas. É frisado no filme, a necessidade de Héctor em voltar antes que sua filha o esqueça, porque quando ela já não pensar mais nele, o homem desaparecerá para sempre do Mundo dos Mortos e nunca poderá reencontrá-la. Essa trama entrega ao público uma das músicas mais significativas do filme e do Dia dos Mortos.




Lembre-se de Mim (Remember Me)


“Lembre-se de mim

Embora eu tenha que dizer adeus

Lembre-se de mim

Não deixe que isso te faça chorar

Mesmo se eu estiver muito longe

Terei você em meu coração

Canto uma canção secreta para você

Cada noite que estamos separados

Lembre-se de mim

Embora eu tenha que viajar para longe

Lembre-se de mim

Cada vez que ouvir um violão triste

Saiba que estou com você

Do único jeito que posso

Até você estar nos meus braços novamente

Lembre-se de mim


Que nossa canção não pare de tocar

Só posso existir com o seu amor (lembre-se de mim)


Se na sua mente estou vivo (lembre-se de mim)

Te dou meus sonhos

Te carrego em meu coração

E te acompanho

Unidos em nossa canção”

Comments


Inscreva-se abaixo para receber nossos últimos posts!

Obrigada por se registrar!

Mundo Folk - Onde folclore e cultura de todos os cantos do mundo se encontram!

Blog produzido pelas estudantes Giovana Sallum Seno e Vitória Marcelino de Carvalho como exigência parcial para aprovação nas disciplinas de Projeto Interdisciplinar em Comunicação II, Técnicas de Reportagem, Entrevista e Redação Jornalística e Planejamento Gráfico; oferecidas pelo curso de Jornalismo da Universidade Federal de Uberlândia.

© 2023 by The Book Lover. Proudly created with Wix.com

  • Instagram
bottom of page